terça-feira, 8 de março de 2011

Gestão Amadora

Atualmente observamos muito se falar de empreendedores, lideres e gestores e das dificuldades encontradas pelas empresas em conseguir formar ou encontrar este profissional no mercado. Vemos também que algumas características são marcantes em cada estilo de gestão encontrada. O gestor deve estar alinhado a estratégia da empresa e inspirar as pessoas a segui-la, cabendo a ele escolher o time certo e saber administrar conflitos, entre outras.
O que observamos ultimamente não passa de gestão amadora, medrosa e na base do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, ou seja, a lei do chicote.
Recentemente comecei a pesquisar este assunto tendo em vista meu projeto para conclusão do curso de Administração e posterior pós graduação em gestão de pessoas e processos e encontrei vários tipos de gestão, porém um estilo se destaca e parece ser a realidade atual dos gestores brasileiros, a gestão amadora.
Para exemplificar e não constranger qualquer empresa pesquisada vamos tomar como exemplo um time de futebol, embora pudéssemos escolher todos, vamos utilizar o time do Santos Futebol Clube. Um time que veio crescendo nos últimos anos após várias conquistas realizadas pela juventude provinda de sua escola de formação de profissionais. Parece até que isto tudo seria devido a uma boa gestão, ledo engano, por trás destas conquistas, o que observamos é um exemplo claro de gestão amadora, na base de canetada, do “quem manda aqui sou eu”.
Três episódios mostram claramente como uma gestão pode fazer mal ao negócio. No primeiro caso, exemplo claro de não saber administrar conflitos, foi no episódio onde o então técnico Dorival Júnior e o jogador Neymar, protagonizaram uma das mais bizarras cenas de desrespeito ao comandante e aos demais companheiros da equipe. O jogador num lampejo de estrelismo, xingou o capitão do time e desrespeitou o treinador. Neste episódio caberia a direção do time saber administrar este conflito, mas o resultado todos conhecemos, o técnico foi demitido e o jogador sequer levou multa pelas suas atitudes.
Outro episódio foi a saída do técnico Adilson Batista após derrota para o Todo Poderoso Timão (Corinthians), a sua única derrota em 10 partidas disputadas. Esta saída foi devido à pressão exercida pela torcida santista, fato também que caberia a diretoria saber administrar.
No episódio Neymar agora começa aparecer às conseqüências desta gestão amadora, outros jogadores querem aumento de salário idêntico ao da estrela do time ou pelo menos um aumento considerado. Outro fato é que, o time não está rendendo mais com o Neymar em campo, os jogos vencidos ultimamente foram em sua maioria sem a estrela do time. Enquanto o time joga, o garoto vai a passear ou descansar bem longe, como ocorreu no carnaval de 2011 onde o time jogou no sábado e ele estava na Bahia pulando em trio elétrico e no Rio de Janeiro desfilando em escola de samba.
O terceiro episódio ficou a cargo da torcida. Esta ameaçava a diretoria do time que se, caso o técnico não fosse mandado embora, não  apoiaria o time, vaiando e boicotando-o. Além disso, a diretoria santista queria colocar um aumento de ingresso mas teve que voltar atrás devido a reclamações e ainda ceder 1000 ingressos gratuitos a  mesma torcida, sobre a ameaça de protestos e tudo mais. Estas intervenções externa enfraquecem o clube, ficam sem controle e a merce de marginais uniformizados de torcidas. Vale a pena lembrar do episódio com o ex técnico Leão, onde a mesma torcida agrediu fisicamente o profissional dentro das instalações do clube.
Se os times tivessem uma gestão profissional, com todos os setores buscando o máximo e com objetivos bem definidos, situações como as apresentadas acima, seria conduzidas de forma profissional e sem muito alarde e sem as perdas que futuramente iremos ver.
Muitos irão dizer que a utilização de time de futebol como exemplo é um exagero ou que a maioria das empresas não são assim. Estão enganados, a grande parte das indústrias são assim, tem líderes medrosos, incapazes de administrar conflitos, não tem uma equipe possuem um bando, as equipes são reativas e não proativa, não existem feedbacks adequados ou exatos, quando o profissional tem capacidade não tem habilidade e vice versa, não recebem auxílio da área de recursos humanos em quase 100% das vezes, a maioria das lideranças não estão alinhadas aos objetivos e metas da empresa e do setor, agem por impulso, não permitem que o funcionário cresça e não o ajuda a desenvolver suas competências, entre outros.
Então como encontrar ou formar um bom gestor se os cursos, por exemplo, de administração de empresa e de gestão empresarial, entre outros, são fracos e com conteúdos banais? Acredito que este seja o grande desafio, mesmo porque a capacidade de gestão também é individual, intrínseca a personalidade do profissional. O indivíduo apresenta algumas características que levam a um bom gestor, então fica a cargo das faculdades e universidades desenvolver e lapida-las. As empresas devem sempre incentivar seus colaboradores a buscarem a gestão, envolvendo-os em projetos que tenham sentidos, definindo novos desafios e objetivos, tendo bons gestores onde possam se espelhar. Lembre-se, “pessoas sempre querem atingir a excelência e crescer como profissional” e nunca esquecer, “os profissionais não deixam as empresas, elas deixam maus gestores”.
TRADUÇÃO
In memoriam: My friend Israel
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

Martin Luther King Jj.

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