segunda-feira, 16 de maio de 2011

A hora certa

Este post é para aquelas empresas que ficam buscando sem sentido, ferramentas de gestão a todo custo e sem preparação alguma, sem planejar. Passam de fases sem aprendizagem alguma, somente com o desejo de ter um selo ou certificação  para postar em seu sistema de qualidade ou site.

Muitas empresas caíram e caem na armadilha das mudanças drásticas de coisas que não precisam de alteração, apenas aprimoramento. O que lembra a história de duas pulgas.

Duas pulgas estavam conversando e então uma comentou com a outra:

- Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar. Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é zero. É por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.

E elas contrataram uma mosca como consultora, entraram num programa de reengenharia de vôo e saíram voando. Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra:

- Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do que a velocidade da coçada dele. Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam vôo rapidamente.

E elas contrataram o serviço de consultoria de uma abelha, que lhes ensinou a técnica do chega-suga-voa. Funcionou, mas não resolveu. A primeira pulga explicou por quê:

- Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não estamos nos alimentando direito. Temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez.

E um pernilongo lhes prestou uma consultoria para incrementar o tamanho do abdômen.

Resolvido, mas por poucos minutos. Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de pousar. Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha:

- Ué, vocês estão enormes! Fizeram plástica?

- Não, reengenharia. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.

- E por que é que estão com cara de famintas?

- Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um morcego, que vai nos ensinar a técnica do radar. E você?

- Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.

Era verdade. A pulguinha estava viçosa e bem alimentada. Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer:

- Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em uma reengenharia?

- Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.

- O que as lesmas têm a ver com pulgas?

- Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse a melhor solução. E ela passou três dias ali, quietinhos, só observando o cachorro e então ela me deu o diagnóstico.

- E o que a lesma sugeriu fazer?

- "Não mude nada. Apenas sente no cocuruto do cachorro. É o único lugar que a pata dele não alcança".

Moral: você não precisa de uma reengenharia radical para ser mais eficiente. Muitas vezes, a grande mudança é uma simples questão de reposicionamento.

O reposicionamento depende muito das metas e objetivos traçados pela alta administração, focadas em resultados e com a utilização de todos os recursos possíveis, sem medo e sempre visando atendimento as necessidades dos seus clientes internos e externos.

Buscar a todo custo esta ou aquela certificação não irá levá-lo em lugar algum. Ter um certificado ou selo apenas para colocá-lo em uma parede é o mesmo que escrever o nome da empresa na cor branca em uma parede de mesma cor, ninguém irá perceber. Somente busque a excelência na gestão se todos os processos estiverem definidos claramente e verifique se todos os setores de sua empresa estão entendendo suas metas e seus objetivos, caso contrário, treine, qualifique, capacite, gerencie todos processos. Não compensa ficar pulando de norma em norma para buscar reconhecimento, você com certeza irá perder muito “sangue bom".

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Um pequeno pedaço do pecado


Esta semana a cidade viveu um momento de expectativa com a notícia da vinda para nosso parque industrial da gigante Apple. Todos comentam, discutem, brigam para ficar com a paternidade e as comemorações são tantas que chegam a ser hilárias. Os investimentos serão enormes, bem como a geração de mão de obra. Ponto, chegamos ao ponto chave de toda discussão, onde buscar mão de obra? Não temos números de profissionais adequados com conhecimento técnico para satisfazer a empresa neste instante, correto? Errado.
Pontos errados sobre toda estas discussões:
1° - quem vem para o Brasil e irá montar os Ipad e Iphone em Jundiaí/SP é a Foxconn, multinacional taiwanesa de tecnologia. Representantes da Foxconn (e não da Apple) estarão na próxima semana tratando com o governo sobre os investimentos de $12 bilhões (R$ 19 bilhões) que devem ser aplicados em cinco anos.
2° - a mão de obra utilizada nas unidades da Foxconn são, em sua grande parte de montagem, sem exigência de grande conhecimento técnico, apenas treinamentos de qualificação e capacitação. As linhas de produção são idênticas ao filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, que apesar de ser cômico, é uma realidade em nossas grandes corporações.
A discussão com o governo federal será para tratar de contrapartidas que a empresa pleiteia para colocar tal investimento, gerar emprego e transferência de tecnologia.
Ora, se a Foxconn é uma montadora, qual seria a tecnologia que poderia ser transferida para região? Poucas, embora temos que acreditar que ninguém irá investir tanto dinheiro assim apenas para ter mão de obra barata a troco de um capitalismo moderno.
A região já é privilegiada com outras unidades da Foxconn e irá crescer e desenvolver ainda mais com tamanho investimento e geração de empregos, mas cabe agora aos gestores públicos buscar a outra fatia desta maça, a fabricação dos componentes, que aí sim, gerariam transferência de tecnologia ao nosso parque industrial.
Parabéns a todos aqueles que de uma forma direta e indireta, trabalharam para que fosse possível trazer esta grande “macieira”, que com certeza irá dar muitos frutos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

A FATURA VIRÁ EM 2012

Em 05 de abril já havia comentado (carta aos Vereadores de Jundiaí) sobre alguns fatos em que a Câmara de Jundiaí se posicionava sobre algumas decisões sem critério algum e estava deixando a população em segundo ou terceiro plano. Alertei que os vereadores não estavam percebendo que existe um crescimento da participação popular nas questões da Câmara e que eles, vereadores, estavam perdendo uma grande chance de mudar o pensamento de grande parte da população que acredita que todo político é igual, que legisla para causas próprias, que são corruptos, sem caráter, etc.
Pois bem, vocês mais uma vez decepcionaram a população nas duas últimas seções, na seção 102 votaram projeto em urgência para aumento dos seus subsídios, do prefeito, vice e secretários, bem como o aumento de cadeiras. Duvidaram ou questionaram a inteligência da população, duvidaram das redes sociais, riram da mobilização da sociedade, pois bem, vocês erraram feio. Tiverem que recorrer ao “padrinho” do executivo, o prefeito Miguel Haddad, solicitando veto aos projetos que anteriormente vocês aprovaram. O Remendo ficou pior, porque perdemos a chance de saber qual seria a posição do prefeito a respeito deste assunto. Ficamos sem saber qual seria o posicionamento do executivo em relação a dois projetos que aumentariam os gastos públicos, tanto defendidos pelos mesmos vereadores em outros projetos.

Ai veio a seção 103, realizada no dia de hoje, onde tudo que vocês duvidaram ou menosprezaram, estava presente, a sociedade jundiaiense, com estudantes de diversos colégios e universidades, sindicados, populares, etc. Aqueles que vocês colocaram em segundo plano e terceiro plano. Foi de encher os olhos os protestos e depois observar a fisionomia dos senhores, foi algo inimaginável e gratificante, vocês não sabem como isto faz bem para com quem é deixado de lado, ignorado e menosprezado. Vocês agora podem ter certeza, nós entendemos muito bem o que vocês estavam tentando aprovar, não aceitamos respostas como a de um vereador “lá em Brasília teve aumento e ninguém disse nada”, então eu respondo “não estamos em Brasília, estamos em Jundiaí, lá logo irá ter a mesma atitude da sociedade, o tempo irá provar”.

Nesta seção 103 ficou claro que vocês estão perdidos, utilizaram uma seção (102) em vão e tiveram que realizar outra para tentar se redimir, porém será mero engano pensar que a população irá esquecer, aguardem e vocês verão a fatura no ano de 2012.

A democracia sempre vence, representada por seu maior órgão: A SOCIEDADE MOBILIZADA.



TRADUÇÃO
In memoriam: My friend Israel
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

Martin Luther King Jj.

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